Quero morrer
anônimo.
Talvez por isso eu
tenha me desfeito de amizades,
Talvez por isso eu
tenha me tornado um recluso.
Não converso.
Ouço.
Escuto e vejo como
agem.
Quando puxo assunto
é só para saber o que vivem por aí,
O que andam
pensando, afinal.
Quero morrer
anônimo.
Sem ter quem chore
por mim.
Quem sabe até mesmo
sozinho,
Em algum lugar sem
lugar,
Perdido em alguma
reticência no caminho.
Quero morrer
anônimo.
Enterrado em vala
comum,
Sem flores, sem
velas, sem esperança de uma vida no pós-morte.
Quero apenas morrer,
Deixar guardado
onde possam encontrar,
Todos os meus
textos burros
Que ninguém
conseguiu entender.
E que não saibam
quem escreveu.
E que inventem um
nome,
Escolham um nome,
Dentre os que
eventualmente encontrem inscritos
Implicitamente nos
textos.
Quero morrer
anônimo.
E que a fama me
alcance no além vida.
Afinal, que melhor
sorte merece
Quem escolheu ser
poeta?
20 de maio de 2017
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