Todo mês uma parte do suor
destinado para a mensalidade
do que nos prometem
para depois de não mais haver suor.
Todo mês.
Uma parcela do que poderia ser aproveitado
para viver a vida mais vivida do que vivemos,
gasto em um pseudo-investimento
para o pós-morte.
Seguro de vida.
Seguro pós-morte, isso sim!
Mas o nome soaria estranho,
a morte não vende tão bem.
Seguro de vida,
que só é pago se a morte for bem confirmada
e atestada
e carimbada
e ocorrer nos estritos limites do contrato.
E pagamos enquanto a vida nos deixa,
tudo para que os nossos entes queridos
possam viver, com um conforto a mais,
a certeza inexorável
de que estamos mortos,
irremediavelmente mortos.
07 de agosto de 2018
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