segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Eu (nós), cão (cães)

Por que gostamos tanto de cães?

Porque somos exatamente como cães!

Não acha? Ok, vamos pensar.

Pense em cães sem donos. Livres, vivendo pelas suas próprias razões e instintos.

O que você vê?

Caos! Animosidade! A lei do cão, literalmente, sendo a lei do cão. O maior mata o menor, o menor foge, se esconde, tenta sobreviver. Se alia a outros menores para tentar matar o maior. É a lei da selva. E os covardes sucumbem aos maiores, sendo seus servos.

Nós humanos somos exatamente assim. E a democracia mesmo não serviu para extinguir essa prática. Com o capitalismo, o maior virou o mais rico, e sendo mais rico, não importa o tamanho dos mais pobres, você massacra. A não ser que os mais pobres se juntem a muitos mais dos mais pobres e, em número, eles consigam massacrar o mais rico (Revolução Francesa?).

E cães, querendo ser livres à sua maneira, na sua liberdade limitada, procuram donos, que lhes dão comida, abrigo, mesmo que tenham que sobreviver às custas de mimos e gracinhas aos seus servos.

E humanos, querendo ser livres à sua maneira, na sua liberdade limitada, procuram salvadores da pátria, políticos, milionários, “exemplos”, que lhes possam dar um motivo para continuar lutando contra o inefável destino, lhes dando a inesgotável esperança, a ilusão de que possam alcançar o inalcançável, só porque alguém alcançou. Porque a elite precisa fazer de toda exceção a regra, e o fazem. Porque toda a regra só enxerga a exceção. E milionários se tornam nosso exemplo. Não importando o que fizeram. Não importando quais atos praticaram para atingir a sua riqueza.

Os fins não justificam os meios, porque os meios são ocultados, de forma patrocinada, quando atingem-se os fins. E quando o que se vê são apenas os fins, foda-se os meios. Ele fez por merecer. Ele merece o que tem. Todos merecem o que têm quando a riqueza é atingida.

Nós somos cães! Nós necessitamos ser domesticados! Precisamos de um dono, um líder, alguém que nos possa indicar o caminho certo. Porque sem eles, corremos atrás do próprio rabo, somos inaptos, inúteis. Nós somos filhotinhos atrás de quem nos possa alimentar.

E se somos, então, cães, por que, afinal, domesticamos os cães de verdade?

Porque no fundo, ninguém quer assumir ser escravo, e todo escravo só quer ser o que seu senhor o é.

Viva a “amizade” entre espécies.

Salve os animais de estimação.

Porque eles não são escravos, afinal, sem nós, eles não sobreviveriam.

Como não sobreviviam os escravos, antes da existência da escravidão e seus senhores.

Viva os animais de es-ti-ma-ção! Sejam de que espécies forem, viva!

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