quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Mas que droga

A vida passa,
os anos passam,
o relógio mostra,
o calendário escancara,
e eu fico a remoer o que não sinto.

Acham que eu não sei.
Pensam que eu não sinto.
Mas eu sei.
Eu sinto.

A vergonha vai corroendo minha pele,
fazendo seca a vida que me esvai.
E eu não sei o que fazer.
Eu não sei como sair.
Eu tento,
eu tento,
e vou me afundando
mais e mais
e mais
e mais
e mais.

Tudo o que penso logo é declinado pela consciência,
tudo o que achava certo é denegado pela reflexão.
Direito.
Publicidade.
Nada é o que eu pensava.
Um tenta manter o status quo.
O outro tenta vender qualquer situação.

Merda!
Merda!

Eu penso demais, penso.
Eu penso demais, desisto.
A vondade de não pensar.
A vontade de desistir.

Mas que droga!
Mas que droga!

Covardia sobra
onde sobra esperança vazia.

24 de setembro de 2017

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