segunda-feira, 17 de julho de 2017

O presidente de um país longínquo

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Era uma vez, um presidente, de um país longínquo, isolado nos confins do Universo, o que fazia o presidente se parecer muito com o país que governava, já que se encontrava bastante isolado no mundo político.

Esse presidente, certa vez, recebeu o que ele passou a chamar de bandido, crápula da pior espécie, em sua residência oficial, para uma conversa de amigos (mas o crápula não era amigo). O crápula provou não ser, de fato, muito amigo, já que confessou uma série de crimes ao presidente, que concordou com tudo, mas, não sabia que estava sendo gravado. Pobre presidente. O Ministério Público daquele país longínquo, empenhado num jogo de caçar corruptos que já tinha mais de 40 fases, com vários chefões, viu no ato do presidente, de receber o crápula e concordar com os ditados crimes, um ato criminoso e usou a gravação como prova para pedir abertura de inquérito contra o presidente.

A defesa do presidente (quem pagou? Quem pagou?) alegou que a gravação não servia como prova, que teria sido editada. Assim, a gravação, por ordem do grau máximo do judiciário do país longínquo, solicitou perícia junto ao órgão mais qualificado da região do país longínquo, que era, justamente, um instituto de criminalística da polícia investigadora de políticos do distante país.

Ao ter concluído que a gravação não havia sido editada, podendo sim servir de prova contra o presidente do país longínquo, a polícia investigadora de políticos passou a ser alvo do presidente isolado. Sua defesa desmereceu por completo a perícia, desmereceu o órgão, desmereceu, em suma, um dos mais importantes institutos de criminalística da região, utilizado para investigações de diversos países vizinhos. Assim, o chefe do país longínquo, para se manter no poder, se agarrar às tetas governamentais e dar continuidade aos agrados de seus partidários e cúmplices, achou melhor denegrir a imagem do instituto, colocando em xeque todos as perícias e casos investigados por aquele órgão.

O presidente do país longínquo quer se manter presidente, a qualquer custo, mesmo que precise sacrificar a imagem de respeitado órgão.

Ainda bem que o país é longínquo e essa história não passa de ficção. Vai que tentam ver se isso dá certo por aqui.

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