Eu olho prum lado, o caos.
Eu olho pro outro, a desordem.
Tento seguir em frente,
mas é tanto entulho,
tanto lixo.
Os passos levam a vontade,
a luta fica pelo caminho,
transmorfa em desesperança.
Os saques acontecem aqui e ali,
lá e acolá.
A confiança virou artigo de luxo.
A esperança já não existe.
Só resta o medo.
E há tanto ainda por caminhar
depois do vento que nos devolveu ao começo.
Os espinhos daqui estão maiores,
as pedras parecem inquebráveis,
os pés afundam,
o corpo tenta e se perde.
Não há para onde escapar.
Não há para onde fugir.
Então me deixem aqui,
que eu vou secar o litro
até que a morte me leve
e dessa dor, enfim,
quem sabe eu não me livro.
11 de fevereiro de 2017
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