quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Sem machismo

Abriu cuidadosamente as pernas da mulher que conhecera há algumas horas, num daqueles bares madrugais que frequentava.

Ela quem propôs sair do local para ficarem mais "íntimos". Foram ao apartamento dele, padrão classe média, num bairro novo da cidade. Ela ficou impressionada já no carro com a calma e o cavalheirismo dele, que abriu a porta, ajudou-lhe com o cinto e foi até chegar ao destino alisando o joelho dela (um de seus pontos fracos). Sabia dominar o momento. Com sua voz mansa, provocava-a, contando o que desejava fazer com ela ao chegarem.

Já no elevador se atracaram. Ele mordeu com força o seu pescoço, esperando a reação dela. Surpreendentemente, aquilo a atiçou ainda mais. Devolveu a mordida. Forte. A porta do elevador abriu quando uma mão era direcionada ao meio de suas pernas. Molhado. Entraram, e as roupas foram ficando pelo chão.

Ele pediu que ela o aguardasse, pediu que ficasse nua, deitada na cama e assim ficasse, em silêncio. Ela obedeceu.

Começou a ouvir música vindo de onde era a sala. Jazz? Blues? Era um desses sons de gente chique, pensou. Estava ficando cada vez mais excitada com a situação. Não sabia o que havia nele, mas, estava totalmente dominada pelo desconhecido. Ouviu passos.

Ele, na cozinha, preparava uma bandeja com os utensílios que usaria. Tudo metodicamente posicionado. Abriu o vinho, pegou uma taça, encheu, bebeu. Parecia estar atrás de algo faltante. Procurou nas gavetas, nada, passou pela porta do quarto, rumo ao quarto extra que fez de escritório. Achou o que procurava, voltou à cozinha. Colocou o objeto na bandeja. Deixou o vinho na pia e foi para o quarto.

Viu ele passando pela porta do quarto e depois voltando rumo à cozinha. Achou que ele fosse entrar. Aguardou. Ouviu passos vindo rumo ao quarto e um tilintar qualquer, como que de aço batendo em aço.
Ele entrou com a bandeja coberta por um pano preto, colocou no criado-mudo, abriu uma gaveta, retirou alguns utensílios. Deu um beijo na boca dela. Mordeu a coxa com força, aquilo a fez ficar ainda mais molhada. Amarrou uma perna e prendeu à cama, outra perna, braços, ela ria perguntando o que ele faria com ela. Ele nada respondia, apenas olhava fundo nos olhos, com seu olhar penetrante. Ela estava gostando. Finalizou os preparativos com uma venda e pediu que ela ficasse quieta, em silêncio.

Ela estava em extase, não sabia o que viria a seguir, mas, adorava o clima de tensão, de mistério, ouviu novos tilintares de aço contra aço. De repente, sentiu algo gelado na coxa. Uma faca? Arrepiou. Logo depois sentiu o hálito quente encostar em seu sexo. Língua. Rebolou de leve. Ele abriu cuidadosamente as pernas dela e começou a fazer o que mais gostava. Ela vibrava, os músculos de suas pernas contraíam em desejo.

Quando ele sentiu que ela estava próxima do clímax, acelerou os movimentos da língua, ela ameaçou gritar, ele a mandou gozar em silêncio, os vizinhos poderiam reclamar. Ela se segurava, até que começou a estremecer, ele sabia que havia alcançado o seu primeiro objetivo. Ela começava a gozar quando sentiu uma dor escruciante. Urrou. Ele se afastou e ficou a observar. Da artéria femoral dela um mar de sangue inundava o lençol. Aos poucos se calou e permaneceu emudecida.

Ele então pegou uma pequena faca na bandeja, sentiu o fio de corte, e fatiou o sexo dela, colocando em um prato. Acendeu o maçarico culinário, torrou um pouco a carne recém cortada, lançou algumas pitadas de sal com temperos que possuía na bandeja. Levantou-se, foi até a cozinha, pegou a garrafa de vinho, encheu uma taça, sorveu um longo gole, deixando o líquido tomar-lhe toda a boca e engoliu. Pegou um pedaço da carne dela com as mãos, mastigou com delicadeza, deixando, assim como o vinho, que toda ela tocasse cada uma de suas papilas gustativas. Engoliu. E de súbito, exclamou para si:

- Puxa, que gostosa!

04.01.17

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