quinta-feira, 31 de maio de 2018

Carta poema (porque era o nome do arquivo)

"Na cama, na hora do sono,
todo pensamente vem pra te despertar"


Acabou a cerveja.
Felicidade líquida, efêmera. Desce pela goela. Cai no bucho, é mijada. Fim do ciclo? Não. Deixa o capeta percorrendo no corpo. Marvada.
Beber sozinho, eis o meu dilema.
Morrer sozinho, eis o nosso destino.
Os olhos cansados, com o corpo.
A alma desperta, com a pena.
(porque é mais bonito falar pena
ao invés de assumir que tudo não passa de uma tela em branco
em um computador qualquer, de teclado carcomido e sujo)
Lágrimas de travesseiro.
Tanto se perde, pouco se conquista.
Vida.
Pouco vivida.
Pouco por viver (nunca se sabe, melhor não arriscar).
Triste fim. Triste começo.
Meio que não acaba mais,
até terminar pra sempre.
Mundo que não muda.
Humano que piora.
Acaba logo
e nos livre de tanta estupidez,
nos liberte de tanta dor.
Acabou a cerveja
e a vontade de buscar mais morreu com o último gole,
horas atrás.
Melhor deitar.
Melhor tentar sonhar,
pois viver tá foda,
morrer só mais depois.
Venha pra cama.


10 de janeiro de 2014
26 de maio de 2018

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