segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Majestade

Veja lá, no céu, o Sol, estrela brilhante,
nosso provedor, nosso poste de luz,
eternamente pendurado,
reluzente.

Veja lá no céu, que maravilha,
a festa de luzes, o calor que emana da fusão de elementos,
os raios que nos atingem feito bombas nucleares,
a vida que flerta com a morte.

Veja que lindo espetáculo,
a dança do Astro-Rei com os planetas que ele ignora,
avança, engole, um a um,
veja que espetáculo sem par
Vênus sendo devorado,
deflorado como a uma virgem em meio a uma orgia de famintos,
veja.

Veja o gigante pedaço dos restos mortais da deusa despedaçada,
lançado a velocidade incalculável,
percorrer o, agora aparente, curto caminho nos separa da extinção total.
Veja que belíssima explosão.
Veja e lembre disso.
Será a última coisa que veremos até o fim dos tempos.
O ser humano já não mais.

Logo o Sol morrerá,
mas quem foi rei, como diz o ditado,
jamais perde a majestade.
Nenhum ser humano foi rei de verdade.

17 de novembro de 2018

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