quinta-feira, 7 de junho de 2018

Suicídio

Passei boa parte do dia, e por boa parte do dia lê-se ‘poucos minutos menos que uma hora’, o que, para o que falarei a seguir, é um tempo considerável, eis o que vem a seguir, pensando em suicídio.

Estou com um frio fora do comum para o que me é comum sentir frio. Sinto que adoecerei em breve, nos próximos dias, ou horas. Meu mouse com problemas forçou demais meu braço direito, o pulso dói e quase me impede de digitar.

Hoje tudo atrasou, não me deixaram prosseguir no trabalho (preciso me desligar das pessoas, na verdade, preciso me desligar do trabalho), e pensei por alguns minutos, novamente, em suicídio.

A vida me parece superestimada, às vezes, mas sei que a vida, em verdade, é subestimada. É o capitalismo, talvez, que superestima a posse, a propriedade, e vamos nos empossando de coisas inúteis, uma atrás da outra, e perdendo a propriedade sobre nossas vidas.

Gosto de poucas pessoas, mas nem sempre gosto de conversar com elas. Não digo, não revelo, com medo de magoa-las. Por medo de magoar a outros eu fico me magoando, sofrendo. Eu deveria abandonar tudo e sumir. "Não me amem", escrevi outro dia. No fundo eu queria dizer isso mesmo, disfarcei quando me questionaram.

O pulso dói demais, e ainda pulsa. Mas pensei em suicídio hoje. Fico triste quando começo a relevar esse tipo de pensamento. Não é algo fácil de se conviver esse desprendimento da vida. E vou tentando. Não o suicídio. Mas, sim, evitá-lo. Vou tentando viver. Acho que estou precocemente cansado. Nunca fiz nada diferente do que faço hoje. Meus 30 anos me pesam como a uns 70, ou 80. Dizem agora que a vida começa aos 50 e eu já estou morrendo vinte anos antes.

Talvez não seja nada. Talvez eu só precise beber mais.Mas a cerveja anda excessivamente cara, pelo menos a boa cerveja. E não existe cerveja após o suicídio, ao que parece.

Melhor continuar tentando.

12 de maio de 2015 (revisado em 04 de junho de 2018)

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